quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Juan Pablo Mazzola no Brasil

Dezembro de 2013 pode ser considerada a data em que o Power Pop da geração 2000 esteve pela primeira vez no Brasil, em carne e osso, genuíno, no melhor estilo. Mas como os amantes do estilo estão cansados de saber, o Power Pop merecia muito mais.

Um artista como Juan Pablo Mazzola e seu projeto Baby Scream, são dignos de receber o reconhecimento do grande público, de ter suas canções expostas na mídia, como a "música" que é cuspida e bombardeada aos nossos ouvidos diariamente.

Estou indo para o Brasil, vamos nos encontrar ?

Assim começou a saga de JPM por aqui. Dois dias depois lhe perguntei se ele gostaria de tocar na sua estada. A resposta foi positiva, então iniciei alguns contatos.

O encontro foi em São Paulo. Saí de Santos e Juan de Buenos Aires, o destino: Sensorial. Um belo espaço cultural. LPs importados escolhidos a dedo, cervejas artesanais do mundo inteiro, e claro, apresentações musicais de muito bom gosto. Logo de cara um presente: o CD "Greatest Failures", uma compilação com o melhor de seus álbuns e EPs.

O lugar era perfeito para o garoto argentino, que percorreu a Europa compondo, cantando e criando melodias magníficas, com seu inglês perfeito. Como deve ser interpretado o rock !!! Na passagem de som, equalizando a voz e o violão escrito Peace, os olhares dos clientes, dos donos, dos funcionários e deste que vos escreve, se voltaram para o artista. Os ouvidos ? Ahhh, estes ficaram aguçados. E a mente... ansiosa com o que estava por vir.

Antes, tive o prazer de colocar um punhado de canções, Gingersol, Replacements, Jellyfish, Teenage Fanclub, entre outros, dando uma pequena pitada na atmosfera que já estava densa. Juan entrou em ação despejando de uma vez, uma série gemas pop, todas de sua autoria, deixando a platéia anestesiada. Não satisfeito, inseriu versões de clássicos como "Thirteen" (Big Star), "Skyway" (Replacements), "The Concept" (Teenage Fanclub) e "I Shall Be Released" (Dylan) e "Working Class Hero" (Lennon).


Seguimos para Santos, onde no dia seguinte estavam marcadas mais duas apresentações. A tarde, uma passagem na Blaster Discos, reduto roqueiro da cidade. Foi ali, outro momento mágico, a gravação de um take para a TV Tribuna. Juan e seu violão colocam para fora a melancólica "Mars", que fala sobre a morte de seu pai. No final, o espanto do cinegrafista: "Você canta bem, hein garoto !!!"

Poucas horas depois, o Power Pop estava perto da Praça Independência, na Realejo Livraria, acessível à quem estivesse circulando pela calçada. Olhares atentos, pressa perdida, e ao final, uma garota de uns 13 anos se aproxima com a mãe ao lado, me procura e fala: "Quero o cd do rapaz". Mais uma alma salva !!!


A maratona seguiu para o Clube Internacional de Regatas. Novamente o som rolando à espera do singer/songwriter, o clima não podia ser outro, Power Pop. Cheap Trick e Badfinger nas caixas. Juan entra e novamente despeja numa tacada: "Mars", "Suddenly", "Morning Light" , "The Riot", "Away", "Nicole", entre outras delicias. As covers ? Sim, elas estiveram presentes. E Juan somou mais alguns fãs.


Quem viu, viu... quem viver verá.

Sim !!! O grito do bebê vai continuar ecoando.

Ano que vem Juan estará aqui.

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