quarta-feira, 24 de setembro de 2014

BABY SCREAM - Haters Will Hate (single, 2014)

Duas faixas compõe o mais recente single da banda Baby Scream. Juan Pablo Mazzola, cantor, compositor e pilar da banda, busca (e encontra) mais uma vez a canção pop perfeita.

Em “Haters Will Hate”, a alma de Lennon - aonde ela estiver - é alimentada com uma bela melodia, e as vidas de todos nós com uma mensagem otimista, dentro de uma canção triste. 

Na segunda faixa, a bela, “I Don't Wanna Wake Up From This Dream” a esperança de dias melhores segue, assim como a inspiração no mais polêmico beatle.

As canções estarão presentes no quinto álbum da banda, já intitulado de Fan Fan Fan, e que deverá sair ainda neste ano. 

Em novembro, Juan estará no Brasil, entre os dias 6 e 9 divulgando este novo single, com direito a quatro apresentações, duas em São Paulo (Sensorial e Astronete) e duas em Santos (Clube Internacional de Regatas) e Shunay Lounge Bar.

http://babyscream.bandcamp.com/album/haters-will-hate-single

sábado, 8 de março de 2014

BABY SCREAM – Greatest Failures (Eternal Sunday, 2013)

A ironia contida no título – Grandes Fracassos - revela uma ponta de desilusão do seu criador, e isso fica bem claro também para o ouvinte, após a audição desta coleção de canções. 

O enigma floresce a cada faixa. A beleza poética, a sensibilidade melódica e o capricho no acabamento das músicas, remetem a questão inevitável: - Onde está o fracasso?

Greatest Failures” resume oito anos das andanças de Juan Pablo Mazzola – o Baby Scream de carne, osso e voz – pela sua terra natal (Argentina), pela Europa e pelos Estados Unidos. 

As aventuras e desventuras são narradas (em inglês) pelo cantor/compositor solitário e emolduradas pelo próprio com incrível perspicácia. Sua paixão pelo Rock Clássico e o talento de colocar isso para fora, fez o rapaz - nascido bem distante de Lennon e Alex Chilton - romper fronteiras.

Os “gritos do bebê” começam com a rebeldia e a urgência de “Slut”, a tristeza bela de “Mars”, escrita durante a luta impotente de se salvar uma vida, justamente daquele que te trouxe ao mundo. Em “Away” uma longa introdução te segura para lhe levar ao paraíso, é seguida pela franqueza de “Every Day (I Die a Little Bit)” à calmaria de “Ups and Downs”, a la Simon & Garfunkel. Na sequência uma trinca mágica: “The Riot”, “Morning Light” (inspirada em The Faces) e a ode “Nicole”.

A segunda metade do disco segue com “Ojos Orientales” canção um tanto menosprezada – inclusive pelo seu criador - que Juan resgata e dá vida, por acaso, a única que não foi composta por ele. Traz o Power Pop puro de “Exile”, a amargurada “The Ghost of Valery” (com participação do Jellyfish Eric Dover), a psicodelia disfarçada de “Hit & Run”, o Country Rock setentista de “Secret Place” e encerra com a maturidade e a elegância da recente “Aching Eyes”.

Esta obra é mais uma prova, de que sucesso comercial e qualidade muitas vezes não caminham lado a lado.

Ouça: Mars

DISCOGRAFIA OFICIAL

Álbuns:

Monsters (2007, Beyond Your Mind Records, Germany) * EP c/ 7 músicas


Ups and Downs (2009, Recorded Recordings Records, USA)


Identity Theft (2010, Recorded Recordings Records, USA) * EP c/ 7 músicas

Baby Scream (2010, OK! Records, UK)
Baby Scream - Special Extended Edition (2012, OK! Records, UK)

Secret Place (2011, Eternal Sunday Records, Argentina)



Coletâneas:


Lost Balloons (2012, Eternal Sunday Records, Argentina) * demos, covers e etc.

Greatest Failures (2013, Eternal Sunday Records, Argentina)


Singles::

The Riots (2008, Tour Single)
Ojos Orientales (2009, Digital Single)

Hit and Run (2011, Eternal Sunday Records, Argentina)


Xmas Tree (All Pain Is Left Behind) (2013, Digital Single)



** Para ouvir todos estes itens acesse: http://babyscream.bandcamp.com/music

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Juan Pablo Mazzola no Brasil

Dezembro de 2013 pode ser considerada a data em que o Power Pop da geração 2000 esteve pela primeira vez no Brasil, em carne e osso, genuíno, no melhor estilo. Mas como os amantes do estilo estão cansados de saber, o Power Pop merecia muito mais.

Um artista como Juan Pablo Mazzola e seu projeto Baby Scream, são dignos de receber o reconhecimento do grande público, de ter suas canções expostas na mídia, como a "música" que é cuspida e bombardeada aos nossos ouvidos diariamente.

Estou indo para o Brasil, vamos nos encontrar ?

Assim começou a saga de JPM por aqui. Dois dias depois lhe perguntei se ele gostaria de tocar na sua estada. A resposta foi positiva, então iniciei alguns contatos.

O encontro foi em São Paulo. Saí de Santos e Juan de Buenos Aires, o destino: Sensorial. Um belo espaço cultural. LPs importados escolhidos a dedo, cervejas artesanais do mundo inteiro, e claro, apresentações musicais de muito bom gosto. Logo de cara um presente: o CD "Greatest Failures", uma compilação com o melhor de seus álbuns e EPs.

O lugar era perfeito para o garoto argentino, que percorreu a Europa compondo, cantando e criando melodias magníficas, com seu inglês perfeito. Como deve ser interpretado o rock !!! Na passagem de som, equalizando a voz e o violão escrito Peace, os olhares dos clientes, dos donos, dos funcionários e deste que vos escreve, se voltaram para o artista. Os ouvidos ? Ahhh, estes ficaram aguçados. E a mente... ansiosa com o que estava por vir.

Antes, tive o prazer de colocar um punhado de canções, Gingersol, Replacements, Jellyfish, Teenage Fanclub, entre outros, dando uma pequena pitada na atmosfera que já estava densa. Juan entrou em ação despejando de uma vez, uma série gemas pop, todas de sua autoria, deixando a platéia anestesiada. Não satisfeito, inseriu versões de clássicos como "Thirteen" (Big Star), "Skyway" (Replacements), "The Concept" (Teenage Fanclub) e "I Shall Be Released" (Dylan) e "Working Class Hero" (Lennon).


Seguimos para Santos, onde no dia seguinte estavam marcadas mais duas apresentações. A tarde, uma passagem na Blaster Discos, reduto roqueiro da cidade. Foi ali, outro momento mágico, a gravação de um take para a TV Tribuna. Juan e seu violão colocam para fora a melancólica "Mars", que fala sobre a morte de seu pai. No final, o espanto do cinegrafista: "Você canta bem, hein garoto !!!"

Poucas horas depois, o Power Pop estava perto da Praça Independência, na Realejo Livraria, acessível à quem estivesse circulando pela calçada. Olhares atentos, pressa perdida, e ao final, uma garota de uns 13 anos se aproxima com a mãe ao lado, me procura e fala: "Quero o cd do rapaz". Mais uma alma salva !!!


A maratona seguiu para o Clube Internacional de Regatas. Novamente o som rolando à espera do singer/songwriter, o clima não podia ser outro, Power Pop. Cheap Trick e Badfinger nas caixas. Juan entra e novamente despeja numa tacada: "Mars", "Suddenly", "Morning Light" , "The Riot", "Away", "Nicole", entre outras delicias. As covers ? Sim, elas estiveram presentes. E Juan somou mais alguns fãs.


Quem viu, viu... quem viver verá.

Sim !!! O grito do bebê vai continuar ecoando.

Ano que vem Juan estará aqui.