terça-feira, 28 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] BLOW UP My Special Angel / Rainbow

Tivo e Robson, ainda Black Cats.
Em 1965, nascia em Santos, no bairro do Macuco, o grupo The Black Cats, formado pelos amigos de escola, Robson (guitarra solo), Hélio (bateria), Tivo (baixo e vocal), Zé Luis (vocal), Nelson (teclado) e Adalberto (guitarra base). 

Com muito talento, os garotos ensaiavam e depois reproduziam versões fiéis dos discos que chegavam do exterior ao Porto de Santos. Na onda da Jovem Guarda, começam a tocar nos bares e clubes da região. 

A fama local levou os rapazes a se apresentarem no programa "Almoço Musicado" de Hugo Santana, na extinta tevê Excelsior. 

Logo em seguida, conheceram o cantor e compositor mineiro Zegê (mais tarde conhecido por Zé Geraldo), que os convida à acompanhá-lo em seus shows. 

O resultado desta união foram dois compactos gravados pelo selo Mocambo.

Três anos depois, por já existir outro Black Cats, inclusive patenteado, os garotos, sem alternativa, se veem obrigados a trocar de nome, passando a se chamar Blow Up, baseado em um filme homônimo do cineasta italiano Antonioni.

Em 1969, assinam contrato com a gravadora Caravelle, e gravam o seu primeiro disco, chamado Blow Up. O álbum, mescla composições cantadas em português, com versões em inglês, muito bem escolhidas, como: Time Of The Season do Zombies, Let Me do Paul Revere & The Raiders, My Special Angel do Vogues, entre outras. 

Blow Up (primeiro álbum)
No ano seguinte são convidados para participarem do filme “Se Meu Dólar Falasse”, estrelado por Grande Otelo e Dercy Gonçalves.

O segundo álbum veio em 1971, também pela Caravelle, novamente sem um título específico, o disco também fica conhecido por "Expresso 21". Diferente do anterior, este registro traz somente composições em português, e apresenta mudanças na sua formação original: Lobão assume o vocal, em substituição a Zé Luis.

Blow Up (segundo álbum)
Estes dois álbuns hoje em dia, integram as listas de mais procurados por colecionadores, inclusive internacionais, sendo que o segundo, tem sua capa publicada no livro "1001 Record Collector Dreams", do pesquisador austríaco Hans Pokora.

Em 1972, ainda pela Caravelle, o Blow Up lança um compacto simples, chamado Quem Manda Nesse Mundo É o Dinheiro.

O sucesso comercial poderia ter vindo quatro anos depois, quando o grupo assina contrato com a Philips. A canção Rainbow, lançada em compacto pela nova gravadora, alcança as paradas de sucesso, entra na trilha sonora da novela “Anjo Mau” da Rede Globo e com ela, o grupo obtém a primeira colocação no “Globo de Ouro”. A faixa também é apresentada especialmente no programa “Fantástico”, todos da mesma emissora.


No mesmo ano, ganhariam o prêmio de melhor banda do estado de São Paulo, segundo a imprensa especializada, entregue no ginásio do C.A. Juventus. Em 1977, o Blow Up entraria no estúdio para gravar mais um compacto, “Pamela Poon Tang”. A faixa deste single, também faria parte da compilação "Sua Paz Mundial - Volume 4".

O tempo passava e o sucesso merecido não chegava, então, mesmo depois de tentativas frustradas com gravadoras, que impunham condições, ou queriam grupos populares no seu elenco, a banda tenta fazer um disco independente, mas os obstáculos da época eram muitos e o projeto acaba ficando engavetado.

Já no final da década de 80, após brigas internas e com a perda importante de Robson, falecido em um trágico acidente, o Blow Up, resolve encerrar suas atividades. Mas, a chama não se apagaria por completo, o retorno aconteceria alguns anos depois, com o grupo voltando a se apresentar num espaço próprio, o “Blow Up Club”, e posteriormente, com o encerramento do local, em bares e clubes da Baixada Santista.


Com um público fiel, que lota todas as suas apresentações, a banda hoje, executa - com perfeição - sucessos dos Beatles (sua especialidade) e de outros grandes artistas dos anos 70, como: Creedence Clearwater Revival, Elton John, America, Deep Purple, Bee Gees, e até de grupos mais recentes, como o R.E.M.

Inclusive, o grupo aproveitou o apelo dos fãs, para gravar dois cds ao vivo, registrados durante estas apresentações citadas acima. 

Atualmente, o Blow Up não possui nenhuma pretensão de retorno ao cenário musical, simplesmente quer deixar um registro na história cultural do rock nacional.

Abaixo, selecionei quatro momentos distintos da longa trajetória percorrida pelo Blow Up. Primeiro, confira a bela versão de My Special Angel, faixa do primeiro álbum. Depois, duas faixas inéditas, registradas no filme "Se Meu Dólar Falasse", em seguida, duas versões da clássica Rainbow, a versão original que fez parte da novela global, e uma ao vivo, mais recente, em Santos. 

My Special Angel, extraída do seu primeiro álbum (1969).

What Do You Have In Your Mind? / Melopeia Blow Up, extraídas do filme "Se Meu Dólar Falasse" (1970)

Rainbow, extraída do compacto da Philips (1976)

Rainbow, gravada ao vivo no Parque Balneário em Santos (2006)

Artista: Blow Up
Canção: My Special Angel (faixa 2)
Álbum: Blow Up
Compositor: J. Duncan
Ano: 1969
Selo: Caravelle


Artista: Blow Up
Canção: Rainbow (faixa 1)
Single: Rainbow / Imitation of Love 7"
Compositor: Dell
Ano: 1976
Selo: Philips

domingo, 26 de junho de 2011

[Imagem do Dias] BIG STAR Feel EP 7"


Artista: Big Star
Título: Feel
Formato: 7" em vinil
Ano: 1972
Selo: Ardent
Origem: Brasil

Este é um "compacto duplo", nome dado a este tipo de formato (aqui em nosso país), de um fantástico grupo dos anos 70, chamado Big Star. O exemplar que você pode observar acima é raríssimo, encontrei há muitos anos numa de minhas visitas à Sebos, aqui mesmo em Santos.

Esta gema preciosa estava praticamente jogada às traças, em meio a outros compactos de estilos variados. Quando me deparei com ele, confesso que fiquei imóvel durante alguns segundos, a foto não deixava dúvidas, era mesmo o Big Star, para meu alívio!

Na época, este quarteto de Memphis obteve pouco sucesso comercial, mas, atualmente é uma das bandas mais cultuadas e influentes do rock underground. Liderados por Alex Chilton e Chris Bell, conseguiram sintetizar na sua música, a melodia dos Beatles e dos Kinks, a sonoridade das guitarras do The Who, com as harmonias criadas pelos Byrds.

Em seu legado ficaram três fabulosos álbuns de estúdio, um ao vivo de época e mais um, fruto de uma reunião na década de 90 com integrantes de outro grupo fantástico, o The Posies, seus fãs fervorosos. Pode-se encontrar também algumas coletâneas póstumas.

Certa vez, Michael Stipe cantor do R.E.M., outro fã de carteirinha da banda, declarou que, se pudesse levar apenas 10 discos para uma ilha deserta, os dois primeiros do Big Star (#1 Record / Radio City), com certeza fariam parte de sua lista.

Ouça e volte pra cá:
Feel - http://www.youtube.com/watch?v=bVv2T-afdT4
The Ballad of El Goodo - http://www.youtube.com/watch?v=Fhy76l7iOOs
When My Baby´s Beside Me - http://www.youtube.com/watch?v=mYUw8NGhiLk&feature=related
Try Again - http://www.youtube.com/watch?v=sB8Fx0Phsc0

sábado, 25 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] The VERVE Sonnet

Imaginação viva e ardente, vibração banhada por ondas de energia, sensibilidade estética, é isto que a música do Verve representa, e é este o significado desta palavra de origem francesa. Verve, também é o prenome do refinado selo americano especializado em Jazz.

Ao longo de sua pequena e turbulenta trajetória, esta banda inglesa formada em Wigan, no final da década de 90, foi alvo de polêmicas que volta e meia envolviam ações judiciais. Uma delas, foi com a própria gravadora referida acima, que obrigou o quarteto na época, a mudar de nome.

Outra, implicou os Rolling Stones, que conseguiram na justiça os direitos autorais do seu maior hit, a canção Bitter Sweet Symphony. Considerada plágio de The Last Time, na versão do Andrew Orchestra Holdham. Jagger & Richards disseram, que Ashcroft havia solicitado usar um trecho da música, mas segundo eles, usaram muito.

O intimado, agora atendendo por The Verve não é uma farsa, pelo contrário, mesmo sob olhares desconfiados de quem parou no tempo junto com os quatro fabulosos de Liverpool. Para estes, em que o horizonte não ultrapassa mais do que dez discos enfileirados, infelizmente não terão a oportunidade de se emocionarem com a beleza e a profundidade da música destes arrogantes e doces "imitadores".

Em Sonnet, a faixa escolhida, o cantor e compositor Richard Ashcroft sai em busca de um amor perdido, provavelmente inalcançável nesta existência. A canção disponível no vídeo abaixo, foi registrada no tradicional "Glastonbury Festival", em 1998.

Confira a atmosfera mágica criada para a execução da música, se coloque no palco, no lugar do carismático Ashcroft e de sua banda, sinta o momento único, que eles e milhares de pessoas estão passando.

E... não hesitem em acompanhar o magnífico refrão:

Yes, there's love if you want it... Don't sound like no sonnet, my Lord
Yes, there's love if you want it... Don't sound like no sonnet, my Lord... my Lord


Indescritível!!!



Artista: The Verve
Canção: Sonnet (faixa 2)
Álbum: Urban Hymns
Compositor: Richard Ashcroft
Ano: 1997
Selo: Virgin

sexta-feira, 24 de junho de 2011

[Dica do Dias] XTC Skylarking CD

Artista: XTC
Álbum: Skylarking
Formato: CD
Ano: 1986
Selo: Geffen
Similares: Beatles, Beach Boys e Badfinger
Estilo: Britpop / College Rock


Álbum clássico do XTC, grupo inglês que surgiu no auge da cena punk. Inspirado na sonoridade pós-psicodélica dos Beatles e nas harmonias dos Beach Boys, o disco é recheado de arranjos inteligentes, bem capturados pela produção do genial Todd Rundgren.

O resultado é uma obra-prima, onde cada faixa traz uma melodia cativante, que se encaixam perfeitamente uma nas outras, tornando a audição fácil e agradável.

Ouça e volte pra cá

Onde encontrar: Blaster (Rua Fernão Dias, 4 - Loja 8 - Gal. Ipiranga - Santos - Tel. 13-3284 5615)
Preço: 20 reais

quarta-feira, 22 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] DWIGHT TWILLEY BAND I´m On Fire

Como em todos os segmentos da vida, nem sempre o talento notável transcende e salta à vista (neste caso aos ouvidos), trazendo consigo a consagração merecida. Para Dwight Twilley e Phil Seymour, amigos de escola da afastada Tulsa em Oklahoma, não foi diferente!

Basta ouvir os dois consistentes álbuns do Dwight Twilley Band, formado por ambos na metade da década de 70, e se surpreender com o quase anonimato que este fabuloso grupo detém.

Os garotos que viram suas vidas mudarem ao saírem da matiné de "A Hard Day´s Night", incorporaram com maestria um toque da sonoridade imortalizada por Elvis e os monstros sagrados da lendária Sun Records, na música previamente tramada por suas mentes sincronizadas.

O resultado pode ser apreciado na fulminante e devastadora I´m On Fire, primeiro single do grupo, que chegou a alcançar o décimo sexto posto na Billboard, em 1975. A canção é um grito de liberdade ao amor, que por força própria, ultrapassou fronteiras, espalhando fogo de Tulsa à toda a América e Europa.

Twilley tinha tudo para se tornar um astro pop, tinha visual, carisma e um talento nato. Seus falsetes e seu modo único de cantar, mereciam um caminho, ao menos, semelhante ao do amigo Tom Petty. Mas, por algum mistério da natureza, as coisas não saíram como foram planejadas.

Pior para aqueles que não sabem de sua existência, da sua parceria com o saudoso Seymour, nem de sua brilhante carreira solo. Sorte daqueles que, mesmo com um atraso de mais de três décadas, tem a oportunidade de ver uma pequena amostra da energia que Twilley exalava no palco.

A apresentação abaixo ocorreu entre 1982 e 1983, quando a banda já havia terminado. Na ocasião, além de Twilley, estavam outros dois remanescentes do período áureo: Bill Pitcock IV na guitarra e a fantástica Susan Cowsill - da banda/família sixtie The Cowsills e dos atuais Continental Diffters - na segunda voz.

Divirtam-se!!!

I remember the feelin' that I could be free-ee-ee... Now I know it could never ever be mee-ee-ee...
'Cause I'M ON FIRE


Artista: Dwight Twilley Band
Canção: I´m on Fire (faixa 1)
Álbum: Sincerely
Compositor: Dwight Twilley
Ano: 1976
Selo: Shelter Records

sábado, 18 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] The RADIO DEPT. I Wanted You To Feel The Same

Chega uma hora que os garotos suecos escolhem algum tipo de arte para desenvolver. Pintura, música, escrita e fotografia, são algumas das opções incentivadas pelo próprio governo. 

O Radio Dept. preferiu ficar em casa dentro de um quarto cheio de aparatos tecnológicos, criando melodias e paisagens sonoras exuberantes.

Depois de dois álbuns e alguns EPs, chamaram a atenção da dramaturgia cinematográfica. Os rapazes nascidos e criados em Lund na Suécia, foram convidados para integrar - com três faixas - a trilha sonora de Maria Antonieta, filme sobre a arquiduquesa austríaca.

No ano passado, o álbum "Clinging To a Scheme" veio para suceder com elegância e talento comprovados no ótimo "Pet Grief", de onde faz parte a faixa escolhida, a melancólica e encantadora I Wanted You To Feel The Same.

Guitarras, adicionadas a batida eletrônica e sintetizadores programados, formam a atmosfera perfeita para Duncanson exibir sua voz doce e suave. Lembram o New Order na era-Techinique, sem a produção e o mesmo peso sonoro, mas com uma sutileza bela, capaz de corar os veteranos de Manchester.

A música do Radio Dept. é sedutora, penetra na alma lentamente, massageia e te transporta para onde você desejar. Como numa viagem conduzida em slow motion, para ser gozada com tranquilidade, a cada momento.

O vídeo que você vai acompanhar abaixo, foi gravado nos estúdios da rádio WFUV, situada em Nova York. Em dois minutos e meio, o trio mostra com clareza a arte do faça-você-mesmo. Então, sinta-você-mesmo, é exatamente o que o Radio Dept. quer!

Parte o meu coração dizer que quando eu estava sofrendo... Eu queria que você sentisse o mesmo.
Mas nada te surpreende ou te comove... É uma lástima...
Eu não posso crer que não sentimos nada... Eu queria que você sentisse o mesmo.



Artista: The Radio Dept.
Canção: I Wanted You To Feel The Same (faixa 4)
Álbum: Pet Grief
Compositor: Johan Duncanson
Ano: 2006
Selo: Labrador

quinta-feira, 16 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] LANCELOT LINK And The EVOLUTION REVOLUTION Evolution Revolution

A cena Bubblegum nascida no final dos anos 60 e início dos 70, foi capaz de produzir inúmeras bandas legais.

Todas vinham na esteira dos Beatles (primeira fase), sempre direcionada ao público adolescente, e quase na sua totalidade fictícias. Os criadores usavam músicos e produtores profissionais para aparentar uma banda real, o som era leve e extremamente melódico.

Archies, Partdridge Family, Cowsills, Banana Splits e principalmente os Monkees, alcançaram enorme sucesso comercial, emplacando verdadeiros hits na época. No caso dos Monkees, inclusive, aprenderam a tocar e produzir seus próprios álbuns, a partir do terceiro trabalho.

Uma das mais exóticas, sem dúvida, foi o Lancelot Link And The Evolution Revolution. Um grupo formado por macacos, vestidos com trajes psicodélicos, fantasiando um som ligeiramente mais adulto. Devido ao sucesso nos Estados Unidos, chegaram a lançar um álbum com doze faixas inéditas.

Para a química funcionar, o destino uniu Steve Hoffman, um cantor desconhecido, funcionário da tevê ABC e Steve Barri, produtor do Grass Roots, ótima banda californiana, dona de vários sucessos da era-AM Radio, como "Let´s Live For Today" e "Midnight Confessions".

Hoffman escrevia e cantava, os arranjos eram executados por oito músicos contratados, e Barri produzia as bases em paralelo com as do Grass Roots, adicionando a voz de Steve no final. O resultado era um fuzz psicodélico carregado de sintetizadores, bem elaborados, que contrastavam perfeitamente com o visual exótico e alucinante dos chipanzés.

Os personagens do grupo, faziam parte do seriado homônimo apresentado originalmente pela ABC, de setembro de 1970 até setembro de 1972, num total de 17 episódios. Foi criado pelos famosos e consagrados escritores de comédias norte-americana Stan Burns e Mike Marmer. Aqui no Brasil, a série chegou a ser exibida pelo SBT, com o título "O Macaco Tá Certo".

Os personagens principais eram Lance Link e Mata Hari, sua companheira. Eles recebiam ordens de uma organização secreta, que tinha como finalidade, prevenir e proteger a humanidade dos malfeitores.

Ao final de cada episódio, a banda formada por: Lance Link (guitarra), Mata Hari (tamborim), Sweetwater Gibbons (piano) e Bananas Marmoset (bateria e percussão), interpretava uma faixa exclusiva. O anúncio era feito por Ed Simian, uma alusão ao famoso apresentador de tevê americana, Ed Sullivan.

Come on baby...


Artista: Lancelot Link And The Evolution Revolution
Canção: Evolution Revolution (faixa 12)
Álbum: Lancelot Link And The Evolution Revolution
Compositor: Steve Hoffman
Ano: 1970
Selo: ABC Music / Dunhill

domingo, 12 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] The BEACH BOYS Caroline, No

Especialmente para o "Dia dos Namorados", selecionei uma das mais belas canções de amor já criadas em todos os tempos.

Caroline, No, encerra a obra-prima conceitual dos Beach Boys - insuperável banda norte-americana - concebida em 16 de maio de 1966, após um longo e exaustivo processo de criação.

Brian Wilson, o líder genial da banda, ficou impressionado quando ouviu "Rubber Soul" dos Beatles, - "Era uma coleção de canções que de alguma forma eram juntas, como em nenhum álbum fora feito antes", disse. Logo em seguida, encarou como um desafio particular, compor um grande álbum.

O destino fez Brian conhecer Tony Asher - redator e compositor de jingles publicitários - com quem escreveu em parceria praticamente todo o álbum. Em "Pet Sounds", foi abandonada a forma de compor dos álbuns anteriores. Nele, são acrescentados instrumentos unusuais, doses de éco e reverberação, aliados a harmonias vocais delicadas e consistentes.

Este resultado refinado pode ser comprovado na faixa escolhida. Caroline, No, uma arrebatadora canção de amor, nos brinda com uma melodia irresistível. A letra fala de desilusões, que foram crescendo gradativamente, revelando o desespero em trazer a pessoa amada de volta.

O vídeo abaixo captura a canção, numa versão gravada durante as sessões do álbum "Stars and Stripes - Vol. 1", em 1996. Traz a participação de Timothy B. Schmit, emprestando sua bela voz. Por sinal, Timothy integrou o Eagles e o Poco, duas grandes bandas californianas da década de 70.  Tudo supervisionado sob os olhares atentos de Brian Wilson.

Onde está a garota que eu conhecia ... Como você poderia perder esse brilho feliz ...
Quebre meu coração ... Eu quero ir e chorar... É tão triste ver uma coisa doce morrer ...
Como eu poderia encontrar em você de novo ... Coisas que me fez te amar tanto, em seguida... 
Poderíamos trazê-las mesmo de volta depois de terem passado ... OH, CAROLINE NO


Artista: The Beach Boys
Canção: Caroline, No (faixa 13)
Álbum: Pet Sounds
Compositores: Brian Wilson e Tony Asher
Ano: 1966
Selo: Capitol

sábado, 11 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] RIDE Unfamiliar

Uma parede maciça de guitarras, banhada por ondas de distorções, que vão tomando conta, lentamente, como num tsunami arrasador.

Durante a invasão, você não distingue mais os instrumentos. O vocal limpo, doce, desaparece na imensidão, formando uma paisagem sonora bela e angustiante, como num sonho interminável.

Esta é a atmosfera criada pelo Ride, magnífica banda inglesa formada em 1988 na cidade de Oxfordshire. A banda explodiu na virada da década de 90, se tornando - com um talento invejável - queridinhos de crítica e de público, fazendo parte de mais uma geração formidável do rock britânico.

A faixa escolhida faz parte do quarto single da banda. Unfamiliar, mostra a busca frenética pelo caminho incógnito da vida, a incerteza e a insegurança, o medo de errar na escolha, quando o ideal pode estar bem perto, ao seu lado.

Esta performance disponível abaixo, foi capturada ao vivo no "Brixton Academy", no dia 27 de março de 1992, durante a Going Blank Tour.

Pare tudo por quatro minutos e meio, deixe a música do Ride penetrar em seus sentimentos. A viagem vai começar...

Você está correndo atrás de um tempo que não conhece... Agora está olhando para trás, onde tudo parece estar aqui...



Artista: Ride
Canção: Unfamiliar (faixa 1)
Single: Today Forever EP
Compositor: Ride
Ano: 1991
Selo: Creation

quinta-feira, 9 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] ALICE COOPER School´s Out

Na semana passada o Brasil recebeu pela terceira vez o lendário Alice Cooper.

Este senhor de 63 anos e sua banda, brindaram o púbico paulista com mais uma apresentação teatral, que teve direito às velhas bizarrices, como: cadeira elétrica, morte no palco, sangue falso, jibóias enormes, e o próprio cantor crescendo de forma assustadora, até ficar em tamanho gigante.

Sua primeira passagem por aqui - em 1974 - foi polêmica. A visão do nosso país na época para o resto do mundo, era, uma selva habitada por índios, onde imperava o Candomblé. Famoso por seus espetáculos macabros, Alice causaria - segundo a imprensa americana - uma histeria incontrolável nos seres aqui residentes.

O show no Anhembi, em março daquele ano, entraria para o Guiness Book, como o maior público em local coberto para um concerto musical. Foram 158 mil espectadores, se acotovelando e transformando o local numa baderna generalizada.

Imortalizado como Alice Cooper, nome dado por ele - Vincent Furnier - à banda, e depois incorporado como nome artístico, é natural de Detroit, passou por algumas bandas até alcançar o sucesso no início dos anos 70. Seu período áureo foi entre 1971 e 1973, época inspirada, onde brotaram álbuns irreverentes e irresistíveis como Killer, School´s Out e Billion Dollar Babies.

É deste caldeirão efervescente que vem a faixa escolhida, School´s Out, uma escancarada e deliciosa anarquia, uma sátira inconsequente, convidando os estudantes à se rebelar contra o modelo pré-determinado. Rock de primeira, interpretado por uma banda magnífica, encabeçada por um artista carismático e extremamente talentoso.

Diziam odiar os Beatles, mas era só um refúgio, uma farsa!

A performance foi registrada em 1972, na tevê e rádio inglesa BBC, em seu habitual programa "Top of The Pops".

Rebeldia pura...

Fora da escola pelo verão... Fora da escola para sempre... A escola exploda em pedaços... Sem mais lápis... Sem mais livros... Sem mais olhares sujos dos professores


Artista: Alice Cooper
Canção: School´s Out (faixa 1)
Álbum: School´s Out
Compositores: Alice Cooper, Michael Bruce, Glen Buxton, Dennis Dunnaway e Neil Smith
Ano: 1972
Selo: Warner Bros.

sábado, 4 de junho de 2011

[Vídeo do Dias] UPS And DOWNS Moments Away

A Austrália é realmente um paraíso, não só pelos inúmeros atributos que dispõe - livre, belo, clima agradável, praias lindas, país altamente desenvolvido, povo amigável, alto astral, índices baixos de violência, quase nulos de analfabetismo, e etc - mas também por sua contribuição aos amantes do rock na sua essência.

A sonoridade vinda desta terra abençoada, é simples, porém irresistível, o sotaque peculiar do continente, faz um casamento perfeito com as melodias ensolaradas e envolventes desenvolvidas por lá.

Em cada esquina, cada pub, é possível encontrar um punhado de bandas tentando um lugar ao sol, uma mais atraente que a outra. Como estamos bem distantes deste cenário, temos que ficar atentos.

Só para citar alguns artistas oriundos desta ilha paradisíaca, do final da década de 70 para cá, temos: o punk magistral do The Saints capitaneado pelo gênio Ed Kuepper e depois por Chris Balley, os consagrados Hoodoo Gurus, Midnight Oil, The Church e o Go-Betweens. Além, de uma infinidade de outros menos conhecidos, como: The Chevelles, Michael Carpenter, Danny McDonald, Falling Joys, Ice Cream Hands, o também genial Dom Mariani e seus deliciosos projetos com o The Stems, The Someloves e DM3, entre muitos outros.

Como deu para perceber, é preciso estar com a sensibilidade aguçada para não deixar passar um grande trabalho, quase sempre obscuro. Muitos ficaram no limbo, como os Ups And Downs e seus dois espetaculares álbuns, que até hoje, sequer ganharam reedições em formato digital.

Eles surgiram no início dos anos 80 em Brisbane, capital do Estado de Queensland. Percorreram um longo caminho gravando ótimos singles, até chegarem ao seu primeiro álbum "Sleepless" - obra prima do underground australiano - em 1986, através da PolyGram. É notório que buscaram inspiração na segunda fase do formidável The Flamin´Groovies (Shake Some Action-Now-Jumping In The Night), inclusive, o nome da banda foi copiado de uma música deles.

O estilo do Ups And Downs é caracterizado pelo som inconfundível das guitarras rickenbacker, elas te levam para um território misto, capaz de unir a atmosfera inventada anos antes pelo R.E.M., com a elegância refinada dos seus conterrâneos do The Church.

Moments Away, registrada ao vivo no vídeo abaixo em um programa da tevê australiana, revela a magia na sua forma mais simples, executada por cinco rapazes que sonhavam com o sucesso naquele momento. Se ele não veio, não importa, ao menos nos deixaram uma performance arrebatadora como esta.

Hipnótico!!!


Artista: Ups And Downs
Canção: Moments Away (faixa 1)
Álbum: Underneath The Watchful Eye
Compositor: Darren Atkinson
Ano: 1988
Selo: Mushroom